Quebra molas de Cachoeira dos Índios são irregulares

03/03/2013 01:02

 

Quem, dirigindo, nunca falou alguns palavrões ao passar pelos quebra molas da Rua da Mangueira, que atire a primeira pedra.

Eu até já pensei em conduzir um picareta no porta-malas do carro, para em um dia de fúria, não deixar pedra sobre pedra. Mas não o fiz. Ainda. Sei que haverão de concordar, que aqueles quebra molas são uma imoralidade. Uma afronta ao bom senso. Um insulto a qualquer tentativa de estética urbana. Uns predadores de amortecedor.

Os quebra molas a que me refiro foram construídos na administração de Bodim que é um mestre em improvisar e fazer gambiarras. O seu sucessor, o prefeito Teta, omisso, passou por cima deles, literalmente, durante quatro anos e não tomou nenhuma providência. Um misto de irresponsabilidade e descaso.

Sinceramente, na qualidade de prefeito, secretário de obras, ou mesmo de pedreiro que executou a obra, eu morreria de vergonha. Com que cara enfrentaria os cidadãos, se tivesse eu gastado uma hora se quer, do meu tempo, planejando ou construindo aqueles monstrengos?

Pior. Imaginem só vocês, o quanto dos nossos recursos foram gastos para se criar algo que ao invés de contribuir para a segurança do povo, só serve para irritar as pessoas e danificar a estabilidade dos veículos.  Se colocarmos na ponta do lápis, o quanto será que nós pagamos de cimento, mão de obra? E o quanto teremos que pagar ainda, de peças de reposição que foram danificadas nos carros e motos por causa daquelas lombadas toscas?  E o trabalho do mecânico? Pois é, quanto custou para o nosso bolso, aquelas deformidades, bem no meio das Avenidas João Agripino e Epitácio Pessoa e Ruas José Francisco de Souza e Hosterno Leite Rolim?

Fico pensando quem seria o arquiteto ou engenheiro responsável. Que mente brilhante teria dado luz ideias tão extravagantes? Quanto tempo deve ter demorado o processo de concepção? Teria o criador, ficado maravilhado com sua obra? Orgulhoso da sua criação? Que semelhança haveria então, entre criador e criatura?

Sei que é bobo, mas me pergunto quanto cálculo estrutural foi necessário para produzir aquelas maravilhas, fruto talvez da moderna engenharia de trânsito.

Teriam ainda, esses magníficos modelos sido importados de um adiantado centro urbano, depois de comprovados os excelentes resultados na prevenção de acidentes? Seu formato peculiar é inovação ou resultado da improvisação e da gambiarrice, que campeia na gestão cachoeirense?

Não quero também que vocês venham a pensar que eu sou contra os quebra molas. De forma alguma. Porém, se sou um dos cidadãos que paga, através de impostos, a sua execução e um dos usuários, devo exigir que se obedeçam as normas, medidas padrões de altura, largura. Que sejam construídos com o material adequado e estejam devidamente sinalizados.  

A lei diz que no Brasil as lombadas devem obedecer a resolução 39 do CONTRAN, devem obrigatoriamente ser sinalizadas e podem ser de dois tipos de tamanho. No tipo 1 devem ter as medidas de 8 cm de altura por 1,5m de largura, no tipo 2 devem ter 10 cm de altura por 3m de largura, ambos com o comprimento igual a largura da rua. Devem ser utilizados somente em último caso para a prevenção de acidentes. Diz o parágrafo único do artigo 94 da resolução 39/98 do Contran: "É proibida a utilização de ondulações transversais e de sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão ou pela entidade competente, nos padrões e critérios estabelecidos pelo Contran".

A legislação prevê multa para quem coloca lombadas sem permissão. O responsável pelo quebra-molas irregular, se identificado, ainda poderá ser punido criminalmente por danos materiais e por homicídio. Lombadas em desacordo com o padrão danificam e desgastam severamente o veículo, mas o proprietário pode processar e pedir indenização ao estado caso seu veículo tenha sido danificado por uma lombada fora das especificações do CONTRAN.

Só sei que quando passo de carro sobre um deles, tenho a estranha sensação de que estou atropelando algo, ou alguém.

 

                          

                                  VEJA ALGUMAS LOMBADAS IRREGULARES ESPALHADAS PELA CIDADE

  Avenida Governador João Agripino em frente a Escola Maria Candido de Oliveira

 

  Lombada na Avenida Governador João Agripino ao lado da garagem da Cooperativa Agrícola.

 

  Lombada ao lado da Cooperativa Agrícola vista pelo ângulo oposto.