Escolas rurais abandonadas em Cachoeira dos Índios

12/04/2013 15:42

 

De acordo com dados do censo demográfico de 2010, a taxa de analfabetismo em Cachoeira dos Índios é 36,6, o que corresponde a 1.896 pessoas. Um número ainda considerável se levarmos em conta que na Paraíba, no mesmo ano a média foi de 20,20% e em nível nacional chegamos a 9,7%.  O enfrentamento da atual realidade consiste um grande desafio para a gestão municipal.

Qual a meta do governo atual para os próximos quatro anos? Que estratégias vêm sendo utilizadas pela prefeitura? Que percentual do orçamento vem sendo destinado à educação em Cachoeira dos Índios? De onde vêm os recursos? Quais as parcerias firmadas em prol da educação na cidade? Que projetos a Câmara Municipal têm encaminhado para a sanção do prefeito? De autoria de quais vereadores?

Uma das providências que vêm sendo tomada nos últimos tempos e com mais intensidade esse ano é o nucleamento das escolas. Essa medida é sempre implantada quando há uma diminuição significativa no número de alunos de uma escola rural, tornando mais viável deslocar esses estudantes para outra escola maior e mais estrategicamente localizada.

Fatores como a melhoria das condições das estradas de terra, o que compreende o alargamento e a retirada das curvas mais fechadas, aliado ao aumento da frota de ônibus escolares no município, têm contribuído para que o nucleamento torne-se uma realidade cada vez mais presente.

Para tanto foi necessário que as escolas receptoras a exemplo da João Izidro de Sousa do Distrito de Tambor e a Maria Candido de Oliveira na zona urbana, passassem por ampliação para dar conta das novas demandas. Ao mesmo tempo acabam-se as turmas multisseriadas, que exigiam maior desempenho do professor e consequentemente menor aproveitamento dos alunos. A desvantagem do nucleamento, em nossa opinião e sobre a qual vamos dirigir a nossa crítica nessa matéria é o abandono das escolas que perderam seus alunos. Depois não sabemos se o nucleamento será definitivo. Ele atende a uma configuração do momento atual. E se houver a necessidade de retornar esses alunos para as suas escolas de origem, o que fazer se as escolas não estiverem mais de pé?

Por outro lado, como fica a implantação de programas de educação de jovens e adultos? Diferente das crianças que podem ir assistir aulas em outras escolas, para os adultos pode haver resistência em se deslocarem das suas comunidades. E quanto a realização de reuniões com pais de alunos, festas sociais, entre outros? Não seria o espaço da escola ainda útil para realização desses eventos? Há um reduzido número de postos de saúde no município, de modo que essas estruturas poderiam ser utilizadas a para realização de consultas e palestras médicas.

A escola é um patrimônio da comunidade. Foi construída com recursos públicos, em um terreno doado por uma família pioneira do lugar. Levam em geral os nomes dos antigos líderes da comunidade, pessoas muito queridas pelos moradores locais. É uma parte da história da comunidade que deve ser preservado. Gerações inteiras foram educadas nessas escolas. Muitos ex-alunos guardam com carinho essas lembranças e gostariam de ver preservadas as suas memórias. Os professores que trabalharam por anos a fio nessas escolas dando sentido a sua existência e que gostariam de ver de pé aquelas paredes.

 

 

BAIXA GRANDE

 

 

 

LAGOA DO MATO

 

MONTEIROS