Cachoeira em Foco 16.08.2015

21/08/2015 14:42

 

Aperfeiçoamento contínuo

Queremos destacar alguns momentos do Programa Cachoeira em Foco, cuja qualidade técnica está cada vez melhor. Os três apresentadores estão afinados, foram pontuais, os comentários da última edição foram polêmicos, como devem ser, porém responsáveis, ponderados. A vinheta ficou muito boa. Parabéns. É possível sim, fazer rádio com qualidade e profissionalismo em nossa cidade.

O ponto que ainda precisa de ajustes é o telefone, mas aí as pessoas precisam entender que o programa é ao vivo e que outros ouvintes também querem participar. Se cada pessoa, ligar apenas uma vez vai haver espaço pra muita gente falar. Outra questão é que não dá pra ligar para o telefone que está no ar e pedir pra falar com os apresentadores fora do ar, no momento que o programa está acontecendo. Se não quer falar no ar, mas deseja conversar com os apresentadores, então ligue antes ou depois.

 

Secretária Kássia

A participação da Secretária Kássia Rolim, da pasta da Ação Social foi uma grata surpresa no programa dessa semana. A entrevistada se mostrou espontânea, determinada e bem informada sobre o trabalho que coordena. Só precisa se desvincular dos discursos prontos e clichês da velha e atrasada política de famílias de Cachoeira dos Índios. No mais está de parabéns. É inclusive um nome com potencial de disputar uma vaga na Câmara de Vereadores. Certamente faria uma contribuição importante e necessária à nossa cidade, como representante da situação (ou oposição, dependendo do resultado das urnas). Cachoeira precisa de pessoas responsáveis e com ideias novas.

 

Assistencialismo

Duas momentos chamaram a atenção para as práticas assistencialistas em Cachoeira dos Índios. O primeiro foi quando a secretária Kássia levantou a questão da alteração da lei municipal que é de “doação” para “benefício eventual”. É um passo muito importante, mas a teoria e a prática precisam caminhar juntas. Não adianta apenas mudar o nome e o poder público continuar a “ajudar” o povo. É claro que no momento de necessidade é preciso fazer algo, mas muito mais importante é cuidar da base e oferecer oportunidades dignas de empregabilidade e autonomia, que evitem justamente esse tipo de “ajuda” que pode até ser ótimo pra conseguir e manter votos, mas definitivamente não resolve os reais problemas dessas pessoas.

Irônico é que uma cidade que se desenvolveu tanto nos últimos anos, pelo menos na visão dos gestores, ainda precise “ajudar” algumas pessoas dessa maneira. É paradoxal para a “cidade que mais cresce na Paraíba”.

Mais irônico ainda é a defesa dos vereadores feita pelo secretário de comunicação Wanderley Marques, num segundo momento, o qual transcrevemos na íntegra aqui:

“Mas os vereadores também, são na realidade bons e ruins. A ideia é de se fazer uma comparação se realmente as ações boas são maiores ou se as ações ruins são superiores. E aí, você tem uma postura definitiva. Por que de maneira realmente se um vereador em Cachoeira dos Índios, ele não responde pra o legislativo, da forma que ele foi eleito, mas ele responde na forma pessoal através da saúde, porque não é obrigação (1) de vereador ficar botando ninguém dentro de carro, levando pra hospital, dando medicamento, e os vereadores de Cachoeira dos Índios fazem isso, os vereadores de Cachoeira dos Índios pagam papel de energia, dão de gás, dão terno, patrocinam festas, ajudam e lhe digo, não tenho nem medo: nenhum dos vereadores que está ali hoje, não merece e não tem 70 por cento dos votos que tiraram na última eleição (3). Quer ver como é fácil enfrentá-los? Entre numa campanha! Dos nove que estão, lá, por baixo, voltam seis. Se não voltar sete ou até os nove. Porque tem serviço prestado (3). Se não é de uma forma é de outra. Se está errada ou está certa não compete a mim julgar (4), porque eu só sou dono do meu voto, eu não sou dono dos votos de uma maneira geral. De fato é que dos que estão lá na Câmara, são competentes e capazes de exercer qualquer função inclusive a de vereadores.”

Alguns apontamentos:

1 – Se não é obrigação, porque faz? Melhor seria lutar por uma unidade do SAMU; pela manutenção do hospital; lutar pela implantação e manutenção da farmácia básica do município; pela criação de postos de trabalho; por programas sistemáticos e institucionais de apoio ao esporte e à cultura.

2 – Uma eleição em que os vereadores concorreram entre eles próprios enquanto que as vagas foram preenchidas por parentes e pessoas de confiança para que outras pessoas não pudessem concorrer, não é uma forma justa de disputa e não deve ser tomada como comparação. Em uma eleição séria o resultado teria sido bem diferente e a população sabe disso.

3 – Bem normal que tenha serviço prestado. Depois de sete, seis, cinco, quatro, três, dois mandatos, seria estranho, não ter serviço prestado, não é? Quem deveria então, ter serviço prestado? Quem nunca sentou naquela cadeira? Se a Câmara na fosse um “negócio” vitalício e hereditário, quem sabe mais pessoas não teriam serviço prestado?

4 – Compete sim. Compete a cada cidadão que paga imposto com direito de votar e ser votado julgar comparar e avaliar.

 

Assessor da Câmara

Se a Câmara de Cachoeira dos Índios dispõe de um assessor, este certamente está ganhando sem trabalhar, pois nota-se de longe que os vereadores estão muito mal assessorados. É inadmissível que nos dias atuais em que o mundo inteiro está conectado na internet, ainda contemos com legisladores de mentes tão retrógradas, que se referem a essa ferramenta instantânea a favor da democracia como “coisa do inferno” e “destruidoras de lar”. Que esse mesmo vereador, não tendo o que dizer ao povo, use a tribuna, apenas para relatar a sua peregrinação pessoal por três médicos particulares, quando a maioria esmagadora da população, não dispõe sequer de um.

A assessoria deixa a desejar quando um vereador faz um discurso sobre “fedentina de uma rua” quando sabemos que a cidade é muito mal servida de saneamento básico, quando existem ruas e ruas com esgoto a céu aberto e um canal construído para escoar a água da chuva despejando esgoto dentro do rio, diuturnamente, pelos últimos 20 anos.

Os vereadores estão mal assessorados quando um deles não tendo um repertório próprio desata a repetir o velho discurso do executivo há muito gasto de que “a cidade não tem dinheiro”, “que precisa passar de 6.0 para 8.0”, “que tem 10 mil habitantes e sobrevive com o recurso de 4 mil”. Estude vereador, e fale por si próprio.

A Câmara inteira está mal assessorada quando os vereadores continuam insistindo na tecla do assistencialismo, da “ajuda” à população. Melhore pessoal! As pessoas não carecem de ajuda não, precisam de políticas públicas. De aplicação correta dos recursos públicos, fruto dos altos impostos pagos por cada trabalhador desse município.

 

Atirar Pedras

Gostaríamos de esclarecer duas coisas importantes: a primeira é que somos uma oposição “virtual, alternativa e anônima”. Obviamente estamos alinhados e colaborando com o ideal dos partidos de oposição local, no entanto não somos e nem estamos tomando o lugar da oposição formal. Por isso nem devemos ser confundidos e nem tão pouco devemos responder pela oposição formal. Estamos trabalhando desde o início da atual gestão e agimos no vácuo deixado pela Câmara dos Vereadores, que não critica, não fiscaliza e não denuncia as irregularidades do executivo, tornando-se cúmplice direto da situação de descaso e atraso que presenciamos.

O segundo ponto que gostaríamos de deixar claro é que não atiramos pedras. Atirar pedras é coisa de louco, e todo mundo aqui sabe exatamente o que está fazendo. Como melhor forma de definir nosso trabalho, preferimos a “Metáfora da Barata”. Se você faz uma limpeza de verdade na sua casa esses insetos não vão aparecer, não com muita frequência. Agora se você deixa restos de comida no sofá, sobre a mesa, não limpa a poeira, varre a sujeira pra debaixo do tapete, acumula lixo, não repara os vazamentos e negligencia a limpeza do banheiro, provocará uma infestação. Ainda assim, seria muita falta de educação se seus amigos saíssem espalhando que sua casa está cheia de baratas, afinal, você que trabalha e mantém a sua casa. O mesmo valeria para a cidade, exceto por uma razão maior. Nós os contribuintes pagamos a “faxina” e isso nos autoriza apontar as “baratas”, que por acaso, têm se reproduzido e se espalhado com rapidez.

 

O Silêncio do Secretário

O Secretário de Comunicação Wanderley Marques declarou que não vai mais responder a provocações anônimas nem discutir questões pessoais com internautas. Muito bem secretário! O senhor está certo. Foca no institucional. Emprega esse tempo e essa energia com algumas leituras sobre assessoria de imprensa e divulgação e põe em prática na secretaria que dá certo.

 

Prova Escrita

Quando pensamos que conhecemos a realidade de Cachoeira dos Índios, vem um detalhe que (que parece bobo, mas não é) mas se apresenta com “aparentemente normal aos olhos (e ouvidos) dos desatentos”, mas que o Eu Amo Cachoeira percebeu de cara. Que negócio é esse da lei municipal não prevê prova escrita para a seleção de conselheiro tutelar? (para concursos e outras seleções também?)

Desculpa se entendi mal, alguém que entendeu melhor ajuda a explicar, mas raciocina comigo:

Os historiadores calculam que a escrita foi inventada cerca de 4 mil anos A.C.  mas em Cachoeira dos Índios 2015 D.C ainda não é empregada em prova como critério de seleção.

Todo mundo passa a vida inteira sendo avaliado na escola através de prova escrita. O vestibular, o Enem, a faculdade utilizam prova escrita. A Prefeitura de Cachoeira não.

As empresas privadas e governos do mundo inteiro utilizam prova escrita como critério de recrutamento de pessoal. Cachoeira dos Índios, não.

Que época estamos vivendo? Certamente é um tempo muito anterior ao dos índios. É pré-história braba mesmo, que antecede qualquer lógica e avanço técnico científico, inclusive a própria escrita. Quem se quer beneficiar com tal lei? Essa lei é uma prova gritante que Cachoeira precisa mudar, se atualizar. Alguém aí ainda duvida?

 

Participação do Prefeito

A participação do prefeito, que não acontecia já há alguns programas foi bastante positiva. Ao invés de tomar uma postura defensiva e justificar o injustificável, falar da velha falta de recursos, Bodin preferiu informar a população das suas ações de combate à seca, como a suspensão de festas, abertura e desobstrução de poços.  

Para surpresa de todos, anunciou um concurso, que vem agora, quase no fim do mandato, fruto da cobrança do Tribunal de Contas. Bem vindo, concurso, e que seja realizado com transparência e critérios objetivos, inclusive com prova escrita. Por fim, comentou  a eleição do Conselho e cumprimentou a entrevistada.

 

Parabéns

Parabenizamos o Professor Chico pelas colocações das escolas na disciplina de redação e pelas homenagens premiação recebidas em reconhecimento pelo seu trabalho. Parabéns também por não retomar às discussões retrógradas e desnecessárias e evitar ficar enfatizando no ar um narcisismo sem graça.

 

Obrigado

Ao mesmo tempo, em nome do Eu Amo Cachoeira, queremos agradecer as palavras de reconhecimento do Professor Chico aos textos do nosso blog. Já são quase três anos de trabalho e mais de 50 matérias no ar, a cada dia ganhamos mais experiência, mas ainda temos muito para fazer. É o nosso compromisso de trazer o melhor para os nossos leitores, aliado ao amor que sentimos pela nossa cidade. Gostaríamos convidá-lo a ler todos os nossos textos. Sabemos que por enquanto o seu elogio se refere a redação e estilo, mas o convidamos a conhecer as nossas ideias também, professor. Bem vindo!