Em entrevista Bodin pede voto para candidatos e diz porque reduziu salários dos trabalhadores de Cachoeira

19/10/2013 11:38

Falta um ano para as eleições e o prefeito de Cachoeira dos Índios já começou a pedir votos para os seus candidatos. Na semana passada, em entrevista a Rádio Alto Piranhas de Cajazeiras, declarou apoio ao ex-senador Efraim Moraes e ao governador Ricardo Coutinho.

Bodin disse: “Vou deixar os vereadores à vontade, mas, todos sabem que eu voto em Efraim”. Ora, como se sabe, em Cachoeira dos Índios, poucos tem liberdade de escolha. Há muito tempo não se tem (se é que um dia tivemos) uma câmara de vereadores autônoma. A atual composição está mais comprometida com os interesses do prefeito e dos seus apadrinhados.

Da mesma forma o cidadão comum também não tem liberdade nas suas escolhas. Ora ele é comprado com tijolos, feiras ou dinheiro na época da eleição, ora ele é tolhido por uma filosofia assistencialista que oprime o povo. Não se tem uma política de saúde, mas apenas o oferecimento esporádico de exames, remédios, ambulâncias. Não se procura prevenir as doenças, mas “arranjar” um transporte para levar o moribundo a uma cidade maior, que disponha de recursos para minimizar um mal que está prestes a ceifar uma vida. Do ponto de vista eleitoreiro isso é bastante proveitoso, sendo prática constante em Cachoeira. Um enfermo assistido num momento terminal gera gratidão da família e se transforma em votos para o resto da vida.

Quanto ao PSF, sabe-se muito bem que os profissionais são dedicados, e que seriam capazes de avançar, caso tivessem satisfeitas as condições necessárias para o desempenho do seu trabalho. O que acontece corriqueiramente é que as equipes ficam com as mãos atadas diante dos cortes de remédios, dos exames que o prefeito acha caros, dos equipamentos. Desse modo, brinca-se de fazer saúde em Cachoeira.

Em seguida o prefeito procura justificar o corte no salário dos trabalhadores de Cachoeira dos Índios. “Estávamos caminhando para o fundo do poço, por isso, precisamos fazer os cortes, mas, quando os recursos melhorarem iremos voltar a pagar as gratificações”. Ora prefeito, o senhor é que comandou a campanha política mais cara de Cachoeira dos Índios, sendo necessário agora fazer esses cortes para conseguir recursos para pagar aos credores, com juros astronômicos, as dívidas contraídas durante a campanha.

Não bastasse as dívidas, veio também o cumprimento das promessas de campanha, entre as quais, as de emprego. Para encontrar tantas vagas, o prefeito se viu obrigado a aumentar em 125% o número de comissionados. Em grande parte, com gente incompetente, sem capacidade para ser aprovado em um concurso público decente. Além dos empregos, o prefeito também se viu obrigado a locar imóveis e veículos dos apadrinhados por preços astronômicos, para poder retribuir o apoio recebido nas eleições.  E ainda tem os absurdos de diárias que a prefeitura e a câmara de vereadores pagaram esse ano, sabe Deus para quem. Dessa maneira, chegar ao fundo do poço era fato meramente previsível. O problema é que quem paga agora por essa falta de responsabilidade dos gestores é o povo que trabalha. Por acaso o prefeito e os vereadores diminuíram os seus salários e suspenderam as suas regalias?

Somente agora é que o prefeito vem falar em concurso, após um ano inteiro de governo. Será que esse concurso será nos moldes do que foi realizado durante o governo de Teta Francisco, o qual incluía como etapa, uma entrevista, que é um critério de avaliação bastante subjetivo, cujo resultado foi somente para beneficiar os apadrinhados e para legitimar funcionários que já ocupavam as vagas para as quais concorreram.