A verdade sobre o fechamento do hospital de Cachoeira

07/07/2013 09:05

 

Alguém se lembra quando nasceu o último cachoeirense? Pois é, faz tanto tempo que ninguém mais lembra quando deu-se a luz a uma criança na Maternidade Josefa Bandeira de Souza. Se uma cidade não consegue manter um mínimo de serviço de saúde, ainda há algum sentido em continuar sendo considerada um centro urbano? Merece manter o título de cidade se não faz jus, se não é capaz de garantir a mais básica das obrigações constitucionais?

Como explicar que durante as décadas de 1980 e 1990, com a situação de instabilidade econômica vivenciada no país nunca faltou recursos para a manutenção do hospital e agora com um momento econômico tão favorável, não há vergas para o seu funcionamento? Justo agora que o prédio passou por reforma e apresenta melhores condições estruturais? Como explicar a construção de uma policlínica e a recuperação de um posto de saúde se atualmente nem mesmo o hospital está funcionando?  De onde virão recursos para o atendimento nessas novas instalações?

São sete meses de administração e nenhuma providência foi tomada. O discurso do "não deu tempo ainda" não cola mais. Afinal estamos falando da saúde da população. É justo o prefeito e os vereadores brincarem com a saúde da população? Quando alguém do povo se manifesta reclamando nas rádios de Cajazeiras, já que na rádio de Cachoeira não é permitido, logo vem o secretário de comunicação desmentindo vergonhosamente os cidadãos. O prefeito prometeu tomar medidas a exemplo da nomeação de um novo diretor, mas nada de concreto aconteceu ainda. Esperemos a prometida abertura através da parceria com a Faculdade Santa Maria, agora em agosto. Aguardemos, mesmo sabendo que dificilmente isso acontecerá.

Cuidar da saúde da população é uma decisão política. É preciso acima de tudo, vontade. É preciso querer libertar o povo dessa escravidão que ora se encontra a nossa população. Mas isso não é interesse do prefeito nem dos vereadores. Um povo liberto, esclarecido e com saúde não é interessante, pois não se deixa alienar. Há muitos anos não se pode expressar uma opinião que vá de encontro às ideias dos gestores dessa cidade. Não se pode votar livremente por medo de quando cair na doença e não ser “ajudado”. Por temer que não se ajeite um carro, que não se ofereça uma ajuda em dinheiro para o deslocamento, quando na verdade muitas doenças e mortes poderiam ser evitadas, caso tivéssemos um mínimo de saúde na cidade. Eles retiram o que há de mais primordial, que é a saúde, para fragilizar a população no seu ponto mais crítico, afinal uma "ajuda na hora certa” pode render votos para o resto da vida, além de eternos agradecimentos.

A nossa situação exige uma análise fria. Precisamos entender que os políticos de Cachoeira dos Índios sempre quiseram (e conseguiram) manter o povo submisso. Souza Bandeira enquanto médico, mantinha o hospital funcionando, mesmo com a precariedade, porque era a sua ferramenta de persuasão eleitoreira. Bodin, por sua vez, dispõe de outros mecanismos para angariar votos. Se ainda há alguém em Cachoeira que não saiba, o nosso atual prefeito é o dono de um conglomerado de empresas, que vai desde lojas de importados até grandes firmas de construção civil. Não sabemos se algumas executam obras para a prefeitura nem sabemos se aqui existem processos de licitação, afinal como já mencionamos outras vezes, em Cachoeira não há placas que informem sobre as obras.

Acreditamos em milagres. Sim, acreditamos que algum dia o povo dessa cidade há de acordar. Não vemos o menor sentido em pagar altos impostos para obter tão pouco retorno. Não é admissível votar por mais de cinquenta anos em um mesmo grupo político que só enriquece a custa do povo. Cachoeirenses, do que vocês têm medo? Respondam nas urnas! Vocês têm o poder de mudar essa realidade, basta querer.